Eu lembro do meu primeiro Dia dos Pais sem meu pai. Talvez você se lembre também. Por trinta e um anos eu tive um dos melhores. Mas agora ele já se foi. Ele está enterrado debaixo de um carvalho num cemitério do oeste do Texas.
Parece estranho ele não estar mais aqui. Talvez seja porque ele nunca se ausentava. Ele estava sempre por perto. Sempre disponível. Sempre presente. Suas palavras não eram nada peculiares. Seus feitos, embora admiráveis, nada de extraordinário. Mas, sua presença se foi. Como uma lareira aconchegante numa casa grande, ele era uma força constante de conforto.
Ele me vem à mente sempre. Quando sinto o cheiro da loção de barbear “Old Spice”, eu penso nele. Quando vejo um barco de pesca eu vejo seu rosto. Eu ouço a risada dele. Ele tinha uma risada patenteada que vinha com um sorriso largo e sobrancelhas levantadas.
Ele me ensinou a fazer a barba e a orar. Ele me ajudou a memorizar versículos para a escola dominical e me ensinou que o que é errado deve ser repreendido e que o que é certo tem sua própria recompensa. Ele exemplificou a importância de acordar cedo e não se endividar. Sua vida expressou o equilíbrio indescritível entre ambição e auto aceitação.
Papai nunca me disse uma palavra sobre sexo nem me contou sua história de vida. Mas eu sabia que, se algum dia quisesse saber, ele me contaria. Tudo que eu precisava fazer era perguntar. E eu sabia que se algum dia precisasse dele, ele estaria lá.
Como uma lareira acolhedora.
Talvez seja por isso que este Dia dos Pais está um pouco frio. O fogo apagou. Os ventos da idade engoliram a última chama esplêndida, deixando apenas brasas douradas. Mas há uma coisa estranha nessas brasas, mexa um pouco e uma chama dançará. Ela vai dançar apenas brevemente, mas vai dançar. E vai afastar o ar frio o suficiente para me lembrar que ele ainda está – de uma maneira especial – muito presente.
Veja também: “Pais (e Mães) de Oração” de Dennis Downing
Tradução por Dennis Downing
Do livro de Max Lucado “Deus Chegou Perto”.