Antes que as memórias do Rio e das Olimpíadas desvaneçam, posso lhe levar lá mais uma vez?
Duas das nossas três filhas nasceram na Zona Sul do Rio de Janeiro, Brasil. Nós morávamos na Zona Norte, separados do consultório do nosso médico e hospital por uma serra de montanhas penetradas por túneis. Durante os vários meses da gravidez de Denalyn nós fizemos a viagem frequentemente.
Nós nunca ressentimos as viagens à Zona Sul. Mas elas me deixavam perplexos. Eu me perdi várias vezes. Tenho dificuldade em me orientar de qualquer forma, sujeito a tomar a direção errada entre o quarto e a cozinha. Complique a minha desorientação com ruas de 300 anos que parecem orientadas no mapa de forma aleatória, e eu não tenho chance.
A minha salvação era única. Jesus. Literalmente, Jesus. A estátua do Cristo Redentor. A figura fica de prontidão na cidade, a trinta e oito metros de altura, com uma distância entre os braços de trinta metros. Mais de uma tonelada de ferro reforçado. Só a cabeça mede mais de três metros, do queixo ao topo. Posto a quase dois quilômetros e meio acima do nível do mar no morro de Corcovado, o Jesus elevado é sempre visível. Especialmente para aqueles que estão o procurando. Já que eu estava frequentemente perdido, eu estava frequentemente olhando. Como um marinheiro procura a terra, eu procurava pela estátua, espreitando entre linhas telefônicas e tetos pelo Rosto familiar. Ao achá-Lo, eu encontrava a minha direção.
João 3:16 lhe oferece uma promessa idêntica. O versículo eleva Jesus, coroando-o com o mais real dos títulos: Filho Unigênito. A palavra Grega para “filho unigênito” é monogenes, um adjetivo composto de monos (“único”) e genes (“espécie, raça, família, descendência, gênero”). Quando usada na Bíblia, “filho unigênito” quase sempre descreve uma relação de pai e filho. Monogenes, então realça o relacionamento particular entre Jesus e Deus. Embora Deus seja o pai de toda a humanidade, Jesus sozinho é o unigênito Filho de Deus, porque só Cristo tem os genes ou natureza genética de Deus.
A tradução “filho unigênito” (João 3:16) transmite esta verdade. Quando pais concebem um filho, eles transferem o DNA para aquele recém nascido. Jesus compartilha o DNA de Deus. Jesus não foi concebido no sentido de que ele começou, mas no sentido de que Ele e Deus compartilham da mesma essência, vida eterna, onisciência e energia sem limite.
Todas as qualidades que podemos atribuir a Deus, podemos atribuir a Jesus.
“Quem me vê, vê o Pai!” Jesus proclamou (João 14:9). E a epístola aos Hebreus concorda: “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser…” (Hebreus 1:3).
Jesus ocupa o pedestal ímpar do “Cristo Redentor”. Ele reivindica não a máxima autoridade, mas toda autoridade.
Não passe depressa por estas palavras. Ou elas são a gota final ou a verdade final. Elas merecem reflexão deliberada.
Todas as coisas me foram entregues por meu Pai.”
Cristo reivindica poder absoluto. Supremacia não compartilhada. Ele conduz o navio e pilota o avião. Quando ele vira seus olhos, oceanos enchem. Quando ele pigarreia os pássaros migram. Ele bane bactéria com apenas um pensamento.
Ele sustenta “todas as coisas por sua palavra poderosa.” (Hebreus 1:3)
Ele é para a história o que um tecelão é para uma tapeçaria. Uma vez eu observei um tecelão trabalhando num mercado no centro de San Antonio. Ele selecionou fios da sua bolsa e os organizou primeiro na moldura e depois na lançadeira. Depois ele trabalhou a lançadeira para frente e para trás sobre os fios, entrelaçando cores, sobrepondo texturas. Numa questão de momentos um desenho apareceu.
Cristo, na mesma maneira, tece a Sua história. Cada pessoa é um fio, cada momento uma cor, cada era um passo da lançadeira. Jesus firmemente entrelaça o bordado da humanidade.
Jesus afirma ser, não o teólogo top, o mais realizado teólogo, ou até o Supremo Teólogo, mas o Único Teólogo.
“Ninguém conhece o Pai a não ser o Filho.” (Mateus 11:27). Ele não diz “Ninguém conhece o Pai como o Filho” ou “na maneira do Filho”. Mas, “Ninguém conhece o Pai a não ser o Filho.”
A porta do céu tem uma chave, e Jesus a segura.
“Ele as ensinava como quem tem autoridade” (Mateus 7:29). Jesus conhece as dimensões da sala do trono de Deus, da fragrância do incenso, os hinos favoritos do coro eterno. Ele tem um única, ímpar conhecimento sem igual de Deus e Ele quer compartilhar este conhecimento com você. “Ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar.” (Mateus 11:27).
Jesus não se vangloria do conhecimento dEle; Ele compartilha. Ele não se gaba; Ele dá. Ele não se orgulha; Ele revela. Ele revela para nós os segredos da eternidade. Ele os compartilha, não só com os de alto patente, ou de raça pura, mas com os famintos e necessitados. Na próxima frase Jesus convida:
Faça-se um favor. Procure o marcador mais brilhante e a tinta mais forte produzida. Grife, sublinhe, e aceite o convite dEle: “Aprendam de mim…”
Ele diz aprenda de Mim como lidar com seu dinheiro, Segundas-feiras longas, e sogros mal humorados. Aprenda de Mim porque pessoas brigam, a morte vem, e o perdão conta. Mas, acima de tudo, aprenda de Mim porque você está aqui na terra.
Não é que precisamos aprender? Só há uma maneira de saber. Faça o que eu fiz no Rio. Procure Ele. Levante seus olhos e mire em Jesus. Nada de olhares passageiros ou vista rápida. Matricule-se na escola dEle. “Aprenda de Mim…” Faça dele sua estrela guia, seu ponto de referência. Procure nas ruas movimentadas e entre os telhados jogando suas sombras, até que você enxergue o rosto dEle. Daí, fixe seus olhos nEle.
Você encontrará mais que um hospital.
Você encontrará o Único e Unigênito.
Tradução por Dennis Downing
Em Inglês: “Rio and Redemption”
© Max Lucado, 2014
de 3:16 The Numbers of Hope
Thomas Nelson publishing, 2014